Tempestade
Diz que lá no céu
O raio fez o clarão
Na negra nuvem que se estendia
Até onde os olhos alcançavam
E quase dava para tocá-la com a mão.
Aquela luz na escuridão
Do risco que cortou o céu
Não clareou a visão
Não tirou do dia
Aquele escuro véu...
Um lampejo de luz apenas
E a chuva começo a cair
Entre estrondos e ventania.
Uns choravam, o medo
Outros sorriam, a esperança
Tinha quem praguejasse, sem confiança.
E choveu até que se esgotasse
Cada gota da assustadora tempestade
Os trovões silenciassem
E os raios cessassem.
O sol estava lá
E as estrelas...
E com luz tão forte,
Ninguém conseguia vê-las.
Era preciso anoitecer.
E lua, brilhante no céu
Exibia lá do alto como troféu
A luz que recebia do sol
Que escondido da lua
Aparecia do outro lado do mundo
Depois de uma chuva.
De nada adiantou o medo
Em vão foram todas as blasfêmias
Só os que sorriram sabiam
Que a vida segue seu curso
Não se detém a coisas efêmeras
Só os que esperaram o sol chegar
É que puderam apreciar a ruidosa
Vida que tinha em cada gota de chuva
Que molhava o chão...
Enquanto a chuva caía
Alimentavam a esperança
Em seus corações.