CRIANÇA SEM ALDEIA

Não devia ver senão a dor,
mas vejo a triste comunhão,
de restos que juntam sua cor,
ao cinza escuro da exclusão!

Meninos sem pátria, alijados,
do direito a um pedaço de pão,
meninos assim indesejados,
jogados famintos sob nossa visão!

Devia eu ver alguma esperança,
mas a vergonha me impede de ver,
sei o que sente uma triste criança,
que na sua aldeia deixou de crer!

No entanto o que parece ser possível,
não o é senão para o onipotente Deus,
pois este ser hoje solitário e irrascível,
é um menino, esquecido pelos seus!

O perdão talvez tardio e verdadeiro,
seja um lenimento em fina voz,
o ato quiçá triste e derradeiro,
amenize as dores das almas de todos nós!

xxeasxx
Malgaxe
Enviado por Malgaxe em 10/11/2009
Reeditado em 28/07/2010
Código do texto: T1915483
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