O PARDAL
Cabeça e pescoço cinza-chumbo,
Sobre as asas, listra branca.
Sua elegância, coisa bumba!
Invade os quintais, sem levar bronca.
Seu bico curto e coniforme.
Criatura bastante familiar.
Dos agricultores é inimigo, conforme
Prejuízos que causa ao pomar.
Ave de canto tímido.
Nenhum interesse desperta.
Seu brilho não é límpido,
Mas ninguém a detesta.
É gregário o ano todo.
Canta, o macho, no beiral.
Não dá vez ao tolo.
Atrai fêmea d’outro local.
É monógamo por natureza.
No preparo da procriação.
Fidelidade, que beleza!
Não vacila na criação.
Ninhos de amor são construídos.
Para um perfeito casamento.
Num lugar adequado são possuídos.
No desejado cruzamento.
Reúnem-se ao entardecer.
Em bandos barulhentos de ver,
Porém vem se enternecer,
Quando a noite, anuncia o escurecer.