EM NOME DA ALEGRIA

Estava triste, a menina,
No extremo vazio,
Da noite escura,
Mas, não aceitou o sentimento,
Puxou a cortina,
Abriu a janela,
Entoou dois ou três assobios,
Que seguiram nas paralelas,
Atingiram o céu com ternura,
Convocaram a estrela dourada,
A réstia divina,
Os anjinhos seresteiros,
Com harpas, pandeiros, bandolins,
Um gingado bem brasileiro,
Sob a regência do maestro Serafim,
Solidário, o vento,
Completou o momento,
Trouxe da longínqua floresta,
A magia, a nuança,
A coreografia,
Da companhia de dança,
Composta somente por fadas,
Onde era tristeza,
Habitou a alegria,
Eterna poesia,
Sonho – delicadeza,
E a noite virou uma festa.