Bolhas de sabão

Bolhas de sabão

Era uma vez uma vovó

chamada Dona Filó.

Morava sozinha

com Galinha,

sua gatinha.

Todo dia,

se sol fazia

ou se chovia,

Dona Filó saia.

Arrumava-se toda:

água de alfazema,

chapéu cor de açucena,

com uma pena,

bem pequena

presa na aba.

Um vestido,

cor de jabuticaba,

bem comprido,

-reto

e discreto-

com um capuz.

Tomava o ônibus,

assim, toda fina,

logo ali, na esquina.

Sentava-se no banco

duro feito tamanco.

Mas não importava,

viajava

e sorria...

Era isso que queria.

Janela aberta,

ia bem alerta

E a brisa à solta

trazia de volta,

em pensamentos,

pessoas e momentos.

Aí, olhava ao redor

ao longo do corredor

gente sentada

parada

sisuda

bicuda.

Então, de mansinho,

com carinho,

buscava um vidrinho.

Com ar divertido,

sorriso contido,

suavemente,

soprava danças

para aquelas crianças

a seu redor.

E , pelo corredor,

com a brisa da janela,

caiam

e riam,

sem educação,

mil bolhas de sabão.

Ilram Rekrem
Enviado por Ilram Rekrem em 20/10/2009
Código do texto: T1876722
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