Bolhas de sabão
Bolhas de sabão
Era uma vez uma vovó
chamada Dona Filó.
Morava sozinha
com Galinha,
sua gatinha.
Todo dia,
se sol fazia
ou se chovia,
Dona Filó saia.
Arrumava-se toda:
água de alfazema,
chapéu cor de açucena,
com uma pena,
bem pequena
presa na aba.
Um vestido,
cor de jabuticaba,
bem comprido,
-reto
e discreto-
com um capuz.
Tomava o ônibus,
assim, toda fina,
logo ali, na esquina.
Sentava-se no banco
duro feito tamanco.
Mas não importava,
viajava
e sorria...
Era isso que queria.
Janela aberta,
ia bem alerta
E a brisa à solta
trazia de volta,
em pensamentos,
pessoas e momentos.
Aí, olhava ao redor
ao longo do corredor
gente sentada
parada
sisuda
bicuda.
Então, de mansinho,
com carinho,
buscava um vidrinho.
Com ar divertido,
sorriso contido,
suavemente,
soprava danças
para aquelas crianças
a seu redor.
E , pelo corredor,
com a brisa da janela,
caiam
e riam,
sem educação,
mil bolhas de sabão.