TEMPO DE CRIANÇA

Inocência sem ranhuras, puras, inocentes,

brincar, brincar, cair, ralar as mãos, ferir,

chorar, tomar um pito, metiolate que arde,

mamãe que acode cuidando do filhinho,

advertência severa mas plena de carinho,

só para ter cuidados e não se machucar,

e soltar as "feras" para novamente brincar.

Meninos que não tinham video-games de hoje,

nem internet para desenvolver inteligências,

e carrinhos ligeiros com controles remotos,

naturais que existam pela evolução dos tempos,

mas que confundem mentes ainda inocentes,

e vigilâncias constantes devem ser exercidas,

para não tirar-lhes a doce infância tão meiga.

Brincamos de pião rodando até cair cansado,

bolinhas de gude para acertar o oponente,

bibioquês tão difíceis de encaçapar nos buracos,

bafo de figurinhas para encher nossos álbuns,

e carrinhos de rolimãs para descer as ladeiras,

com corridas malucas atiçando adrenalinas,

e empinar papagaios sem usar linhas de ceról.

Jogar futebol nos campos de terras batidas,

com bolas de capotão com câmaras de ar,

de pés descalços sem medo de machucar,

e para encerrar as disputas tão acirradas,

acalmar o cansaço mergulhando no rio,

água gelada que trazia gostosos delírios,

e matar a sede na água límpida e clara.

Ler gibis eram meios até de alfabetização,

e heróis faziam transportar nossos sonhos,

Tarzã e Jane com a macaquinha Chita sapéca,

Homem Morcego, O Fantasma, até Super-Homem,

Batman e Robin, Capitão América, mais heróis,

que nos deliciavam com intrépidas façanhas,

e nas noites de insônia queríamos ser iguais.

As meninas já mais calmas e graciosos trejeitos,

tinham graça e beleza nas suas composturas,

brincando na praça com inocência pureza,

de amarelinha, pula-cordas, bambolê, ioiô,

passa-anel, esconde-esconde ou de queimada,

cabra-cega onde uma tinha os olhos vendados,

nunca extrapolando suas suaves composturas.

Música de roda onde se juntavam assistentes,

assim diziam nas canções que sabiam de cór,

roda, roda, roda, pé, pé, pé ou então.........

se essa rua, essa rua fosse minha, eu mandava,

e depois, o cravo brigou com a rosa, em frente..

e depois iam para suas casas brincar de bonecas,

muitas de panos mas que lhes traziam felicidades.

Tempo de criança onde a inocência nunca muda,

os conceitos são outros e agora existem maldades,

que ferem e agridem com atitudes perversas,

praticadas por adultos ou até mães despreparadas,

que não entendem quanto amor elas carregam,

e amá-las é obrigação de toda humanidade,

não importa raças, religiões, riquezas, pobrezas.

03-10-2009