Janela encantada
Da minha janela encantada
Vejo flores, borboletas, pássaros em revoada
Vejo meninos voando com suas pipas no olhar
Meninas barulhando melodias e risos
Que se juntam cantando e brincando sem parar
À noite, são os vaga-lumes
Que vejo pela janela a cintilar
Confunde-se seu brilho com os costumes
Das histórias de Sininho que já muito ouvi contar
Nesta breve estação de sonhos
Peter Pan menino, outra vez, eu quero ser
Misturar meu vôo com o dos arapongos
Voejando notas, cantando quimeras de gaivotas
Sendo herói de quando em quando (Viver!)
Ao trancar a janela me vem a ânsia
De, pelas montanhas, poder voar
No tempo dessa persistente infância
De quando fui sonho, adejando o mar
Então, enquanto o sol nasce no horizonte
Os jardins cheios de flores e orvalho em raízes
De quando as nuvens remetem pingos à fonte
Que molham os rostos sorridentes, imponentes
Das muitas crianças que brincam felizes
Ah! Que sorte a minha poder sonhar os vôos
De super-heróis destemidos, desafiar
A vontade impetuosa de ser criança de novo
Nem a vida, de quando fecho a janela, poderá calar.