A lenda da Cobra Grande

Em uma tribo da Amazônia

conta-se a seguinte história:

Uma índia muito formosa,

que coisa horripilante,

caiu louca de amores

por uma sucuri, a Cobra Grande.

Depois de algum tempo,

estando ela apaixonada

parecendo que a Cobra Grande

estava também encantada,

para seu próprio desespero

viu a barriga crescendo

e em uma noite de lua,

o casal de gêmeos nascendo.

Ao olhar para seus filhos,

que grande decepção!

Viu-lhes na forma de cobra,

parecia maldição...

Duas cobras grandes, pretas,

que logo foram batizadas,

Honorato e Maria,

é como foram chamadas.

Lançadas foram ao rio,

lá se desenvolveram

de maneira diferentes:

Honorato, de boa índole

e Maria, a pior das serpentes.

Maria, matava gente

e os barcos adorava afundar,

comia todos os peixes

sem nenhum deixar sobrar.

Honorato, vendo isto

mesmo tendo bom coração,

precisaria matá-la,

para acabar com a maldade

que a perversa praticava.

Depois deste feito

tornou-se um grande herói,

ganhando a possibilidade

de em noites de luar,

perder o seu encanto

e a forma humana ganhar,

vivendo entre os ribeirinhos

enquanto aquela lua durar.

Seu encanto se desfaria

de uma vez, para sempre

se alguém muito corajoso,

sem ter medo da serpente,

lhe derramasse leite na boca

e ferisse sua cabeça

transformando-o em gente.

Eis que um soldado valente

de um município do Pará,

encheu-se de dó do rapaz

e resolveu ajudar.

Fez conforme lhe mandaram

e o encanto se quebrou,

Honorato, agradecido,

também soldado virou.

Foi morar com sua família

após o fim da maldição

vivendo pra sempre feliz

em sua nova condição.