O MENINO SONHADOR
Garoto esperto tinha delirios inocentes,
lindas eram suas essencias,
tiradas de um desejo tão puro
de uma criança que sonhava um dia,
ser palhaço para crianças alegrar,
e tirar todas suas tristezas,
para novamente saberem sorrir.
Queria ser palhaço engraçado,
nariz empinado, rosto pintado,
sapatos onde seus pés passeavam,
de tanto eram folgados,
calças largas que às vezes caiam,
sobrando a cueca toda florida,
e as gargalhadas estouravam.
Não queria grandes platéias,
sómente crianças como assistentes,
especiais pois eram doentinhas,
sofrendo nos leitos de hospitais,
diante de doenças tão virulentas,
que até seus sorrisos se escondiam,
pois suas dores eram muito maiores.
Tirar fóra seus semblantes tão tristes,
e trocá-los por cativantes sorrisos,
até um gargalhar diante de um tombo,
que faria num tropeço imprevisto,
só para extirpar da doença malvada,
quem sabe até por dias e dias,
a dor lancinante que maltratam seus corpos.
Ser palhaço de crianças que sofrem,
dar-lhes alegrias diante de palhaçadas,
algumas elaboradas, outras de improvisos,
mas todas carregadas de humor hilariante,
com pitadas de amor nas reciprocidades,
pois os sorrisos mais que gratificantes,
seriam as pagas de um palhaço sonhador.
Nas noites de insônia sem sono,
imaginava quanto seria gratificante,
ter platéias de crianças carequinhas,
para fazer-lhes muitas doces travessuras,
até fazendo nas cabecinhas sem cabelos,
corações engraçados símbolos do amor,
que ele menino palhaço iria pintar.
10-08-2009