A MENINA E A ESTRELA

Caminhava sozinha,
Distraidamente,
Quando de repente,
Viu deslocada,
Na beira da estrada,
Uma estrelinha,
Que tinha caído,
Lá das alturas,
Aproximou com ternura,
Daquele olhar reluzido,
Porém, entristecido,
Por se encontrar distante,
Da sua constelação,
Com a alma palpitante,
Pegou a estrelinha,
E colocou com jeitinho,
Na palma da mão,
E disse baixinho,
Para não lhe assustar,
-Eu queria tanto devolver,
O seu brilho ao firmamento,
Ter a magia do vento,
E suavemente,
Soprar...
Até você encontrar,
O seu lugar,
Mas, infelizmente,
Eu nada posso fazer,
A não ser,
Ficar aqui com você,
O tempo que precisar,
Um anjo que guardava,
A noite da pequena,
Tudo via e escutava,
Comovido entrou em cena,
-Chega de tanta tristeza,
Você vai ter a leveza,
De poder voar...
Tome emprestada,
Minhas asas douradas,
Voe garotinha,
Devolva a estrelinha,
Que eu fico a te esperar,
E assim – foi feito então,
A menina voou...
Rasgou a imensidão,
Deixou a estrelinha junto aos seus,
Bem perto de Deus,
Na mesma noite voltou,
Com muita alegria no coração.