PATINETE
Viu uma patinete na vitrine da loja.
A menina olhava com olhos azuis.
Faíscas cruzavam o largo da praça
E ela com graça usava frufru.
Queria sair como gente grande,
Passear pelo shopping como senhorita.
Sentada no banco estofado do carro
Queria mostrar que já era madame.
Ficou desapontada com suas tranças,
Sinal de menina ainda falante.
Não podia mais desfilar na rua sozinha,
Tinha a companhia do irmão figurante.
Seu lindo sorriso ficou transformado
Em choro repentino e voz sussurrante.
Voltou à tal loja e olhou novamente
O seu sonho precioso de ter patinete.
SP, 24 de abril de 2009.