vestidos de sonhos
milhares, são elas brincando
nas alamedas do parque
sujando os dedinhos na lama
vestindo a lua de terra
rolando na grama depois
sem terem mais do que fugir
centenas, são elas correndo
na quadra cobertas de sol
não querem jogar futebol
não querem lugar pra fugir
do medo da solidão
não buscam o que encontrar
dezenas, são elas subindo
o morro atrás de desejos
descendo com medo que a pipa
ficasse na copa da árvore
sabendo que nada implica
em que possam ter de deixar
seus sonhos vestidos de mel
em cada criança um sonho
pro mundo ser menos aflito
em mais de uma delas..., suponho –
não há nada assim tão bonito
Rio, 05/03/2009