MENINO LEVADO
Todos o censuram,
dão-lhe mau conceito,
pedem-lhe postura,
pois que “a criatura
tem que ter respeito”.
Todos dele falam,
mas só falam cobras
e também lagartos.
Todos andam fartos:
ao guri, nem sobras.
Do mundo ao contrário,
a mãe do menino
que o chamam levado
vê com outro olhado
seu petiz sem tino.
A mãe do pivete,
mestra verdadeira,
tem-lhe tolerância,
pois sabe que infância
muda e faz carreira.
Menino levado,
que quebra vidraça,
que apronta na escola,
bota na cachola
– só mudar tem graça.
Fort., 07/03/2009.