FORMIG’AMIGA

Longe de casa e desesperada,

A formiguinha ajudava su’amiga desvanecida.

Lutava com todo o seu amor e dor para salvá-la...

Angustiada e consternada, a formiguinha

Suplicava ajuda a su’amiga desprovida...

Rondava p’ra lá e p’ra cá,

P’ra cá e p’ra lá sem parar...

A formiguinha circulava ao redor,

Com dó de su’amiga, que estava

Imobilizada e atordoada pela dor.

No leito dessa infinita e sombria tristeza...

A formiguinha clamava e chorava sem cessar.

Já não havia mais força para levar su’amiga...

Sua dor era tamanha que não sabia se subia,

Se descia; se descia ou se subia a ladeira d’agonia.

Rondava p’ra lá e p’ra cá,

P’ra cá e p’ra lá sem parar...

Cai uma folha do céu!

— “Ó abençoada folha que cai...

Ó dor amargurada que não sai...

Ó folha bendita que nos traz tanta alegria...

Ó folha bondosa que o destino guia...”.

A folha as levava cuidadosamente, no meio do pântano...

A formiguinha sofria mais que a dor de su’amiga, no entanto,

Acariciava-a com tanta simpatia, com tanta euforia...

Que su’amiga lhe sorria, e sumia a dor dess’agonia.

Chegando ao formigueiro, foi ligeiramente socorrida...

A formig’amiga corria e agradecia à folha que caíra...

Muito agradecida, venerava a bondosa que as salvara —

No meio da mata — do tormento que afligia su’amiga.

O vento soprara a folhagem que voou serena...,

Na essência dessa natureza, oh!... formosa açucena...

A semente gerou a árvore, d’onde brotou a flor...,

A flor que estancara a dor do seu amor.

Paulo Costa

Outubro de 2008.

Pacco
Enviado por Pacco em 11/02/2009
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T1433074
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