O mantra das verdades que ninguém soube ver
Não, eu não chorei logo que nasci; cantei bem alto em notas e tons raros.
Não, eu não disse nem papá, nem mamá; eu falei Panamá.
Não, eu não demorei a dar os primeiros passos; andei rápido como gato.
Não, eu não tive problemas de crescimento; encolhia pra morar num caracol.
Não, eu não fazia garatujas; a professora não entendia nada de arte abstrata.
Não, eu não corria contra o tempo; parava o tempo brincando de estátua.
Não, eu não odiava aula de português; preferia ler em brasileiro.
Não, eu não era mentirosa; era contadora de histórias.
Não, eu não tinha vocação religiosa; queria mostrar meus vestidos no púlpito.
Não, eu não era gulosa; pensava nos famintos do mundo.
Não, eu não era sujismunda; economizava os recursos hídricos.
Não, isso não é um poeminha; é um mantra de verdades sobre mim
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