Filho especial meu
FILHO,
que agora dormes,
alheio ao vento lá fora,
que escolheu varar por caminhos estranhos –
onde não posso alcançá-lo.
que resolveu percorrer
ruas desconhecidas a minha razão.
Que foge de mim, mas me
leva presa a laço,
pois a tua, é a minha essência,
quinta-essência,
é onde existo e me completo.
Anjo meu
que foges,
por nomes estranhos de doenças e males,
que são enigmas desencontrados,
como um labirinto ou atalho.
Mesmo não sabendo aonde vais,
Onde estás,
me arrastas,
e sofro, e choro,
sem te alcançar.
Mesmo que não sejas deste mundo,
e, eu não mereça, ou não deva,
ouvir o som que imagino ser tua voz.
Sigo a procurar as pistas
eliminando barreiras,
matando um gigante por dia.
Esqueço que já tive orgulho,
me arrasto ao chão por ti.
Sonhando,
com o dia das orquídeas,
das flautas e sinos,
de morrer e nascer de novo.
Para poder por você
ser percebida
e, finalmente viver.
Pois, é feito de tanta
dor esse amor, anjo meu,
que às vezes, desfaleço,
e esqueço que existo.
Até que recebo a benção,
de sentir por qualquer coisa, um riso teu,
e, é como um sopro,
um imaginar de vida a me assaltar,
a bater em mim.
Como as marés e os ventos do mar.
E, continuo assim, presa a ti, como sempre,
FILHO ESPECIAL MEU.
outubro de 1997.