Filho especial meu

FILHO,

que agora dormes,

alheio ao vento lá fora,

que escolheu varar por caminhos estranhos –

onde não posso alcançá-lo.

que resolveu percorrer

ruas desconhecidas a minha razão.

Que foge de mim, mas me

leva presa a laço,

pois a tua, é a minha essência,

quinta-essência,

é onde existo e me completo.

Anjo meu

que foges,

por nomes estranhos de doenças e males,

que são enigmas desencontrados,

como um labirinto ou atalho.

Mesmo não sabendo aonde vais,

Onde estás,

me arrastas,

e sofro, e choro,

sem te alcançar.

Mesmo que não sejas deste mundo,

e, eu não mereça, ou não deva,

ouvir o som que imagino ser tua voz.

Sigo a procurar as pistas

eliminando barreiras,

matando um gigante por dia.

Esqueço que já tive orgulho,

me arrasto ao chão por ti.

Sonhando,

com o dia das orquídeas,

das flautas e sinos,

de morrer e nascer de novo.

Para poder por você

ser percebida

e, finalmente viver.

Pois, é feito de tanta

dor esse amor, anjo meu,

que às vezes, desfaleço,

e esqueço que existo.

Até que recebo a benção,

de sentir por qualquer coisa, um riso teu,

e, é como um sopro,

um imaginar de vida a me assaltar,

a bater em mim.

Como as marés e os ventos do mar.

E, continuo assim, presa a ti, como sempre,

FILHO ESPECIAL MEU.

outubro de 1997.

Silvania Mendonça
Enviado por Silvania Mendonça em 04/11/2008
Reeditado em 04/11/2008
Código do texto: T1266248
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