Olhos de criança não mentem
Olhos de criança não mentem
Não inventam verdades.
Olhos de criança são olhos sagrados.
Se criança gosta, demonstra
Se não gosta, desgosta...
Quando reprova franze a testa
Quando aprova faz a festa.
Se não quer cruza os braços, se afasta
Se quer abre-se em sorrisos e afagos.
Quando sente dor, logo grita
Quando a dor não vem se agita.
Brinca, agrada, levita, partilha...
Quer pipoca, chocolate, vida...
Se não tem chora, esperneia, grita...
Se faz um dengo, pede colo agradecida
Se não tem o que quer, não tem acordo
E de novo, outro choro, é chantagista.
Pega pelo pé, aperta sua mão, é a melhor amiga...
Se está de bem, partilha, participa.
Se está de mal, toma, guarda, xinga.
Faz careta, dá a língua, o dedo, é atrevida...
Olhos de criança não mentem, enganam
Olhos de criança são enigmas...
Se tentar entender, viva.
Se tentar explicar, complica.
Descubra no espelho, então
A criança que há em você, seja viva
E decifra-se se puder.