Trampolim

Mamãe,

descalcei a montanha,

peguei no pé do vento,

enrolei os cabelos da cachoeira,

deitei-me no leito do rio

e mandei toda a água

para a garganta do oceano.

Dei um laço nas tardes

do meu mundo

e usei o estrato das nuvens

nos punhos das minhas vestes.

Consegui rodar o pião da Terra

e me fazer espectador deste espetáculo.

Já machuquei a cauda

das noites de junho

já espichei os cabelos do sol,

nos dias de verão.

Vestido de sete cores,

já brinquei no trampolim do arco-íris

já brinquei no trampolim da vida.

Bamboleei o horizonte,

bebi o sangue do ar

que correu nas veias

do meu corpo

como linfa cicatrizante...

Agora quero o papel do infinito...

para escrever

o acorde da música inédita,

e da poesia,

que fiz para a festa do fim do dia...

Ajude-me,

verei em você

novos horizontes.

brincarei com você

em novo espaço do meu ideal

Depende de você.

Ajude-me, mamãe...

Pois sem você

sou autista trampolim...

Silvania Mendonça em 30 de maio de 2000.

Silvania Mendonça
Enviado por Silvania Mendonça em 14/10/2008
Reeditado em 08/11/2009
Código do texto: T1228776
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