O verdadeiro Lar
O verdadeiro Lar
Vi, num sonho, um homem alto
Cujo corpo era de luz!
E, sorrindo, abriu-me os braços
Disse: Vem, eu sou Jesus.
Apontando o arco-íris
Com a mão no coração
Disse: “Siga esse caminho
E terás a salvação”
Não contive a emoção
E chorei, mas de alegria
Com o Mestre a me guiar
Como o sol que traz o dia
Entre o Mar, no horizonte
E o rio, do outro lado
Uma imensidão de flores
Contornava o imenso lago
Vi, então, suspensa em arco
Uma ponte de cristal
Sob a qual, num lindo barco
Viajava esse coral
As crianças, de avental
Branco em umas, noutras d´ouro
Entoavam lindos cantos
Tendo anjos como coro
Pelo ar, um tal perfume
Colorido em toda parte
Que paisagem mais sublime
União de engenho e arte
Sobre a ponte de cristal
Pude ver quanto um cardume
Como era de costume
Navegava em espiral
Lá no alto, as aves brancas
Passeavam tão pequenas
Tão bonitas, eram tantas
E luziam-lhes as penas
Vi de perto o arco-íris
Ao chegar no outro lado,
Um portão que, invisível
Ao abrir, ficou dourado
Quando ouvi voz do Mestre
Me alertando que jamais
Não importa o que houvesse
Me voltasse para trás
Neste instante, ouvi meus pais
Me chamando, num tom brando
Percebi que soluçavam
E me vi também chorando
Uma mão tocou meu ombro
Era o Mestre e disse: “Vá”
Recebi asas de anjo
Comecei a flutuar
Persegui aquela estrada
Para mim determinada
Viajei em meio às nuvens
Não me desviei por nada
Então vi essa luz forte
Que, sem medo, atravessei
Pois Jesus me deu um Norte
Nele sempre confiei
O caminho para o Pai
Que devemos procurar
Finalmente, o encontrei
O meu verdadeiro Lar.
(Djalma Silveira)