Sambalelê

pela calçada pensando

a volta da escola é boa

a ida não foi cruel

canção ruminando na mente

Sambalelê tá doente

tá com a cabeça quebrada...

que a professora ensinou

quer sair em disparada

atrás de um lindo navio

que a levasse pra longe

e encalhasse na praia

de águas da cor da montanha

e areia cor-de-rosa

como o vestido de seda

que sua mãe costurou

chega depressa o portão

o que terá pra dizer?

o que terá par almoçar?

o que terá pra ouvir?

e o que irá confessar?

mas com alívio recorda

do patinete e da corda

e do pedaço de giz

para o desenho no chão

da amarelinha e então

vê que o melhor é brincar...

pronto, o melhor é brincar!

vê que depois vai ficar

sem o que ter pra dizer

sem nem querer almoçar

nada vai querer ouvir

e, quanto ao que confessar,

não é preciso mentir

basta só não recordar

Rio, 03/07/2008