VINDE A MIM
VINDE A MIM
VINDE A MIM
Vinde a mim todas as criancinhas,
Na santa inocência dos verdes anos,
Não as escandalizeis ervas daninhas,
Nem tampouco aos tristes desenganos.
Vinde a mim todos os injustiçados,
Pelo egoísmo terrível da criatura,
Recebereis o galardão dos anotados,
Levantareis da tenebrosa sepultura.
Vinde a mim pedintes e desterrados,
Pela ganância brotada do cinismo,
Também vós sereis os contemplados,
A vosso favor inexiste o humanismo.
Vinde a mim, vós frágeis meretrizes,
Prostitutas, prostituídas, vencidas,
Decaídas por incontáveis matizes,
Sou o Senhor, Mestre de vossas vidas.
Vinde a mim eis que sou o Caminho,
Junto de mim conhecereis a verdade,
Sabei que não há rosa sem espinho,
Nenhuma ferida sem a minha piedade.
Vinde a mim desprovidos de rancor,
Mostre-me toda vossa dor e ferida,
Dou-vos em troca um generoso amor,
Pela vossa inteira e preciosa vida.
JOSE BENEDETTI NETTO