A Pesca Milagrosa

A Pesca MILAGROSA

No lago genezaré tempestuoso, estavam

Em borcos, e esforços vãos faziam,

Humildes pescadores, e ali só iam

Porque as necessidades os obrigavam.

Entre os homens humildes que lá estavam,

Na inglória luta, onde nada conseguiam,

Estava Simão Bar-jonas, e todos viam,

Era entre eles um dos que mais lutavam.

Desistindo esgotados, eles voltaram,

Ao porto, com suas almas combalidas

Pois sempre dependeram suas vidas,

E das famílias, daquilo que pescavam.

Em seus olhos as lágrimas afloravam

Lembrando das esposas e das crianças

Que em suas casas, cheias de esperanças

Os alimentos diários, deles ali esperavam.

Ao chegar ao trapiche encontraram

Um jovem homem, ao qual não conheciam,

Mais segundo o que a muito já ouviam,

De santo e de profeta o chamavam.

Aproximou-se o Rabi de onde estavam,

E sem dar atenção ao que diziam,

Autoritário disse-lhes que deviam

Embarcar e voltar onde estavam.

Os rudes homens se entreolharam,

Pois não havia peixes, eles o sabiam,

Mas ante o jovem inermes se sentiam,

Obedeceram silentes; e zarparam.

Para o meio do lago navegaram,

E em pé, a proa, o Rabi mudo seguia,

Silenciosa era a oração que ele fazia,

Ante aqueles que estáticos o olhavam.

E então, quando menos esperavam,

Disse-lhes: Lancem as redes sem demora!

Pois vosso pai vai vos mostrar agora

A força da qual os antigos falavam.

Os rudes homens nem acreditaram

No que seus olhos viram de repente,

A água borbulhando qual fervente,

Com os milhares de peixes que saltavam.

Era renhida a luta que travavam,

Os homens para erguê-los e pô-los dentro

Do barco, os empilhando bem ao centro

Pois se assim não o fazem, sossobravam.

Chorando de alegria eles voltaram,

Ao cais, onde amigos os aguardavam,

Todos, sem exceção, acreditavam

No milagre que ali testemunharam.

Mestre Egídio
Enviado por Mestre Egídio em 19/03/2008
Reeditado em 19/03/2008
Código do texto: T908238