CLEMÊNCIA PAI !

CLEMÊNCIA PAI!

Vou perecendo na minha amargura;

Meu humor está seco como o estio;

Resultado da minha loucura.

Sem o teu Espírito, estou frio.

O inimigo tomou a dianteira

E usa os ímpios para me afligir.

Não vejo nenhuma maneira;

Tenho desejo intenso de fugir.

Mas para onde eu me iria?

Qual o lugar em que eu me oculte,

Ou onde eu me ocultaria

Ao menos por uma noite?

Pequei, mas me perdoa, Senhor!

Pois, se olhares para isso,

Quem poderá alcançar o teu favor?

Então, lembra-te de ser compassivo.

Desfaz, te rogo, a grande onda

Que me fizeste ver em visão:

Que vinha, e que, qual uma bomba,

Pode destruir tudo como um tufão.

Cinge-me com a tua couraça;

Arma-me com a tua espada;

Ao meu inimigo diz: basta!

Não retires de mim a tua palavra.

Aceita o meu sacrifício de alma,

Não levando em conta o meu erro.

Purifica-me e com o teu sangue me lava,

Pois sei que quebrei o teu concerto.

E por isso não posso me justificar,

Pois eu conheço a Tua palavra.

Mas tu me podes perdoar;

Então com o teu sangue me lava.

Dá-me que eu seja sempre vigilante,

Para não envergonhar o teu nome;

Mais agora do que antes,

Ou melhor, hoje mais do que ontem.