A Resposta de Timmy

A primeira interrogação foi a de todos os dias:

_Joãozinho? Joãozinho está aí?

Mas Joãozinho não estava

Nem na casa ao lado

Nem na outra e nem na outra.

Panelas foram esquecidas ao fogo,

Papai chegou, pensou em palmadas

E não voltou para o trabalho

A vizinhança toda sai a rua,

O telefone começa a tocar

Para todos os lugares possíveis

E impossíveis de se encontrar o pequeno fugitivo.

A rua pacata torna-se em palco

De medo é angústia.

Um sabor de tragédia pairando no ar

Tudo porque um pedacinho de gente

De rosto sarnento e short quadriculado

Encontrara o portão aberto

E resolvera conhecer o mundo.

Onde o teria levado a sua pequenina cabeça de cinco anos?

Talvez nessa hora, nem se lembre

Que Papai e mamãe só sabem chorar e repetir:

_ Onde estas filhinho? Onde estás filhinho?

Em meio desespero

Uma inspiração atravessa a mente do pai aflito

Que quase sen fôlego

Chega a delegacia e:

_ Seu guarda, por acaso...

Mas nem termina a frase.

No banco ao lado

Com sinais de lágrimas no rostinho sujo

Está o pequeno fugitivo.

Papai nem pensa em palmadas

Quando se curva para tomá-lo nos braços

Apenas na alma gosto de céu

De tesouro encontrado.

A criancinha abre os olhos e murmura:

_ Papai! E aninha a cabecinha

No ombro paterno para dormir melhor.

E é assim no céu desde o princípio

Desde quando o homem se perdeu

_ Onde estas meu filho?

O Pai procurando

Jesus com a vida convidando

_ Volta fugitivo, o céu ainda é seu!

Talvez esteja irreconhecível

Filho ingrato que o Mundo quis levar

Mas o Pai pelo nome conhece

Perdoa suas culpas

Todo mal esquece

Pela alegria de ti encontrar

Como insistes na tola vaidade

Preso a uma estrela de rão falso brilho?

Como podes fugir indiferente

Tendo um Pai que te chama docemente

_ Onde estas meu filho?

- Onde estas meu filho?

Mirthes Matias
Enviado por Gilly Ramos em 18/06/2024
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