Rogo

Deus, faça-Te aqui presente,

Se não eu, teu servo clemente,

Sairei para longe dos teus caminhos.

Pai, sei que cedes aos passarinhos

A liberdade com que adejam.

Faça-me pelo menos como teu filho

E que assim me vejam.

Eu Tentar-Te. Como o faria?

Se em tua natureza nada falta.

És o verbo completo

A perfeita calmaria

A planar minhas águas conturbadas.

Não há em mim outro tentador,

Senão a minha carne faltosa.

Não há nada, só rancor:

Sentimento de minh'alma tortuosa.

Pensar-te em verso

É arranhar tua criatividade.

Não componho rios ou universos,

Não ouso tanto, sou limitado.

Minha trova é simples, confesso:

Não tem teu ar elevado.

Mas ela a ti destino

Oh! Deus amado.

Esse pobre rimar de menino

Mas de todo a ti pensado.

Alexandre Rodrigues de Lima
Enviado por Alexandre Rodrigues de Lima em 17/01/2024
Reeditado em 15/02/2024
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