A ÚLTIMA OPORTUNIDADE

A ÚLTIMA OPORTUNIDADE

Pr. Marinaldo Lima

(Igreja Batista em Sítio Novo – Olinda/PE)

Publicado no Jornal Batista em 03 de outubro de 2021

(Pode ser copiado e colado)

Ele não quis aproveitar as suas oportunidades

E desde cedo começou com erradas decisões.

Fugiu da sinagoga durante o ensino da Torá;

Foi andar pelas ruas e meteu-se em confusões.

A cobiça foi enchendo o seu jovem coração

E vivendo no ócio não procurou um trabalho.

Desejando tudo que pertencia aos outros

A sua vida enveredou num grande atrapalho.

“Um furto aqui e outro ali não é nada demais”

Assim ele pensou em seus primeiros delitos.

Foi tomando gosto com a criminalidade

E entrou de vez neste caminho tão maldito.

Furtos, roubos, sedições e grandes arruaças

E logo foi notado pelos soldados romanos.

Passou a se esconder em covis de criminosos

E assim foi vivendo durante vários anos.

Impiedoso e com frieza praticou um assassinato;

Sua fama cresceu e a sua periculosidade.

O diabo dominou totalmente a sua vida

E sua história foi só de crimes e maldade.

Porém, sua carreira de ladrão e de salteador

Chegou ao fim quando foi preso e acorrentado.

Levado à prisão sentiu o medo e o pavor

Quando à horrível morte ele foi sentenciado.

Foi condenado à morte mais cruel e humilhante:

Na cruz ia morrer depois de grande sofrimento.

Pensou em mil maneiras de escapar da prisão

Maldisse a Deus e aos homens no seu vil tormento.

Contudo, chegou a Páscoa, a festa dos judeus

E um fio de esperança encheu seu duro coração.

Pois o governador soltava um preso, era o costume,

E ele esperou ser posto fora da prisão.

Ouviu a multidão pedir a morte de Jesus

A quem já tinha visto falando sobre o amor.

Naquela ocasião desprezou aquele nazareno,

Pois no seu coração só tinha mágoa e rancor.

Na cela aguardou que viessem libertá-lo.

Lá fora a multidão gritava cada vez mais.

Ouviu passos nos degraus; pensou: “Vão me soltar!”

Entretanto, o escolhido foi o preso Barrabás.

Os soldados o pegaram com bastante violência

E a outro companheiro que teria a mesma sorte.

Foi quando compreendeu que chegara o seu fim;

Estava indo para a cruz, para a maldita morte.

Na rua a multidão assistia o espetáculo:

Ele levando a cruz, sendo xingado e açoitado.

Saiu da cidade e subiu o monte do Calvário,

Onde, sem piedade, ele foi crucificado.

Sentiu os pregos rasgando sua carne e seus ossos

Em dores terríveis que o levaram à exaustão.

Quando olhou de lado viu Jesus ali no meio

Pedindo ao Pai que a todos desse o perdão.

Mas ele blasfemou do profeta nazareno

Juntamente com o outro ladrão supliciado,

Dizendo que se ele era o rei de Israel

Deveria demonstrar o seu poder ilimitado.

Sacerdotes, escribas, anciões e fariseus

E todos que passavam zombavam de Jesus.

Falando que se ele era o Filho de Deus,

Que o próprio Deus o libertasse da cruz.

O ladrão não viu o livramento esperado

E sentiu suas forças aos poucos indo embora.

E naquele momento, ente a vida e a morte,

Tomou a decisão que o salvou naquela hora.

Olhou para si mesmo e sua vida de pecado

E pensou nas maldades que havia cometido.

Entre dores, lágrimas, gemidos e espasmos

Considerou o seu castigo justo e merecido.

Novamente se virou para o meio e viu Jesus

Na cruz padecendo, mas mostrando compaixão.

Então ele falou para o outro condenado:

“Merecemos o castigo e esta crucificação.”

Prosseguiu perguntado: “Tu não temes a Deus

Estando eu e tu na mesma condenação?

Estamos sofrendo por causa do que fizemos,

Mas Jesus nada fez pra sofrer flagelação.”

Então, ele sentindo o peso dos seus pecados,

Pela primeira vez sentiu o arrependimento.

Olhou para Jesus e viu nele a esperança

Para acabar com todo aquele sofrimento.

Temeu o inferno e clamou a Jesus Cristo:

“Quando entrares no teu reino, lembra-te de mim.”

O Mestre respondeu com graça e misericórdia:

“Tu irás ao paraíso onde terás uma paz sem fim.”

O ladrão arrependido sentiu a paz eternal;

Tinha, à beira da morte, recebido a salvação.

Ouviu Jesus bradar: “Pai, entrego meu espírito.”

Viu a morte dAquele que lhe deu a redenção.

Sentiu os fortes golpes que quebraram suas pernas;

Seu coração parou e ele entrou na eternidade.

Porém, partiu tranquilo para o céu, lindo céu,

Por que soube aproveitar a última oportunidade.