DESESPERO

Escrevo estes versos e os lanço dentro de uma garrafa no mar

Na ínfima e aflita esperança deles à alguém chegar

Estou na mais absoluta solidão, abandonado até mesmo por mim

Sobrevivo dos matos e dos insetos da terra, mirando o sem fim

Uma terrível e horrenda tempestade me soçobrou

Ignorando minha ilusão de bom navegador

Elevo meu olhar para os montes, de onde virá o socorro?

Não sei mais onde estás Senhor...

Hoje, no ocaso dos meus dias, Ele me chama para pescar

A mesma garrafa, no oceano de minhas memórias, me faz fisgar

"Do desespero mais profundo eu te tirei, em rocha firme teus pés coloquei.

Agora findadas são suas jornadas, pois a sua pátria te levarei"

Vou sem saudades, sem olhar para trás...