Eu não sei quem era eu
Eu não sei se na coroa de Jesus, fui os espinhos,
Ou se ao fugirem todos, fui a solidão.
Não sei se fui os cravos em seus pés e suas mãos.
Não sei o quanto feri o seu bondoso coração.
Não sei se fui o cuspe jogado em seu rosto.
Ou a humilhação do corpo exposto.
Não sei se fui fel e o vinagre naquele hissopo
Que, tendo ele provado, logo recusou.
Preferindo não perder consciência daquela dor,
Não querendo receber o "desconto" do cobrador.
Pagou a conta toda, não há saldo devedor.
Eu não sei se fui a lança que lhe furou um lado
De onde sangue e água, logo saíram.
Não se se fui os chicotes dos soldados
Que tanto lhe agrediram.
Não sei se fui a sorte lançada sobre suas vestes,
Enquanto Ele próprio estava despido.
Eu não sei quem era eu ali, quando o Senhor clamou:
" Eli, Eli lama sabactâni." E, logo, expirou.
Não antes, porém, de ter gritado:
"Em tuas mãos entrego o meu espírito,
Está consumado!"
Eu não sei se fui eu o próprio madeiro da cruz.
Eu não sei quem fui eu no martírio de Jesus.
Ele foi morto por minha causa, isso eu sei.
Que morreu um servo e ressurgiu um Rei.
Ele morreu em meu lugar, foi para minha libertação.
Jesus Cristo morreu Cordeiro e ressurgiu Leão.
Por um homem, Adão, todos andamos incertos.
Por um homem, Jesus, todos fomos libertos.
Eu não sei quem eu fui ao ferir o meu Senhor.
Mas encontrei o seu perdão, e hoje livre sou.
Meu pecado de tão grande, não havia uma saída.
Mas Jesus resgatou-me e com o seu sangue e deu-me vida.