Igrejinha de Xambrê

Me lembro desde criança

Da Igrejinha de madeira...

Com a sua cruz altaneira

E uma longa escadaria...

Firme marco sacro-santo,

De um povo de muita pia.

Vindo de Porto Figueira,

Ao cair o Sol preguiçoso...

O que primeiro se via:

O tronco forte de ipê,

O cruzeiro magestoso,

Abençoando Xambrê.

No domingo o povareu

Subia pra prestar culto.

No peito firme o chapéu,

Nas mãos a Bíblia sagrada,

E ali, mais perto do céu,

A vida era abençoada.

E lá, quando era menino,

Do pastor ouvi um sermão

Que mudou o meu destino

E reafirmou minha decisão.

Tornei-me servo de Cristo,

Rendendo-me em oração.

Quando saí da Igrejinha

E olhei o vasto campo

Daquela cidadezinha,

Lá encontrei a minha via

Naquele marco sacro-santo

De um povo de muita pia.

A Seara a perder de vista

E tão poucos os obreiros...

Tornei-me um evangelista.

Pregando o Deus verdadeiro

Que voltará n'algum dia...

A um povo de muita pia.

Aquela cruz tão distante

Pode até ter ido a pique.

A do meu peito persiste,

Com a mesma serventia...

Ser um marco sacro-santo

De um homem de muita pia.

Kleber Versares
Enviado por Kleber Versares em 29/12/2019
Reeditado em 18/06/2020
Código do texto: T6829632
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