POEMA DA ENTREGA
Diante do Teu Poderoso Altar eu me entrego
Dentro de um saquitel do tamanho de um nada
Coloco toda a minha vida nas Tuas mãos;
Quisera não ter demorado, mas eu era surdo, eu era cego,
Eu era néscio e não percebia nada,
E as décadas passaram em vão.
Nunca criei uma poção, mas rebelde, tinha o peso de um feiticeiro;
Nunca me curvei a uma imagem, mas arrogante, era como o idólatra.
Estão escritos na Tua Palavra esses pesos e medidas. (I Samuel 15.23)
Profanei-me por inteiro,
Fui apóstata,
Perdi toda uma vida.
Nascido na Tua Casa Santa,
Sou filho da Cristandade,
Cresci diante de Ti.
Mas a falta de entrega era tanta,
Que pra dizer a verdade,
Eu nunca Te conheci.
Preguei a Tua Palavra sim.
Levei almas aos Teus Pés.
E também adorei O Teu Nome!
Mas dentro de mim
Não existia verdadeira fé
Adormecido não sente fome.
Morno sem perceber, eu nem imagina,
Que eu Lhe causava enjoo terrível,
Embrulhava-Te o Ventre Santo. (Apocalipse 3.15,16)
Um dia, pior ainda eu me tornava,
Desci ao mais baixo nível,
E o mal trouxe mais um tanto. (Mateus 12.43)
Ali eu entrei com os dois pés que me deste,
Conheci o fundo do poço,
E continuei cavando.
A cada sete palmos eu descia mais sete,
Atolei-me até ao pescoço,
E um pouco mais fui me enterrando.
Eu me banhei no pecado,
Numa pocilga imunda,
Na orgia do inferno;
O quanto fiz nem pode ser calculado,
E quanto mais se banha mais a gente afunda,
Rumo ao fogo eterno.
Eu não respeitava A História Do meu Deus.
Ele passou por este mundo,
Tão humano quanto sou.
Por amor a todos os filhos Seus
Deixou A Glória de onde É Oriundo
E em Sacrifício Se ofertou.
Foi perseguido e traído,
Esmurrado e chicoteado,
Às profecias fazendo jus.
(Salmos 16.10; 22.7,8; 22.16; 22.18; 69.21; 78.2; Isaias 9.9; 53.7; Zacarias 9.9)
Foi humilhado e moído,
Gravemente insultado,
E cravado numa cruz.
Derramou sangue na terra desta Terra
Pagando caro nosso preço
Salvando-nos da perdição;
Ainda assim o ser humano erra
Desvia-se do endereço
E perde-se então.
Jesus ressuscitou ao terceiro dia
Quarenta dias depois voltou ao Seu Trono
Mas voltará para resgatar os Seus;
De mim, tudo o que havia
Renunciei, sou servo, Ele É Meu Dono,
O Meu Senhor, Meu Rei, Meu Deus.
Mas Ele não me vê assim.
Chama-me de “amigo”,
E me acompanha Invisível.
Habita em mim,
E tudo o que Em Seu Nome eu digo
Ele torna possível.
A Ele também me devolvi em Sacrifício
Renunciei o meu nada
Do qual tudo Ele faz.
Entreguei-me cem por cento em contrato vitalício,
Coloquei-me em Suas Mãos com a alma desarmada,
O que sou hoje é Dele; o que fui ontem... Jaz!
Agora eu quero multiplicar,
Sou Seu pescador,
O Seu arauto nesta lida.
Por onde eu passar
A Sua Mensagem de amor
Hei de fazer conhecida.
Tira-me do Teu alforje, Deus Adorado!
Atira-me como flecha penetrante
No alvo dos corações em sofrimento.
Sou Tua lança, Tua pedra, Teu dardo!
Que eu seja a cada instante
Teu instrumento!
Renascido para anunciar o que vem de Ti,
Engrossar Tuas fileiras,
Aumentar Tua lista.
Eis me aqui!!!
Nas ruas, nas praças, nas feiras,
Sou Teu evangelista!
Seja feita A Tua Vontade
Mesmo que eu não a saiba,
Os Planos Do Senhor São Perfeitos!
Quero viver Tua Verdade,
Ainda que em mim não caiba,
Sei que dará um jeito!
O Senhor É O Meu Pastor e nada me faltará! (Salmos 23))
“O nada”, este me faltará somente!
Faz-me deitar nas campinas das Tuas Mãos!
Às águas tranquilas do Teu Espírito me guiará,
A minha alma O Senhor refrigera com Tua Paz tão envolvente,
E nas Veredas da Justiça os meus passos estarão.
Ainda que a sombra da morte me espreite
Nos vales e becos, nos caminhos perigosos,
Nenhum mal temerei por pior que seja... O Senhor está comigo!
O Senhor estando junto não há mal que não se ajeite,
Como Pastor me consola e me oferece dias ditosos,
Não importando as intenções do inimigo!
Prepara-me uma mesa diante dos males que me rodeiam,
Unge-me, e transbordarei de Ti,
De tanto que já Está dentro e em torno de mim.
Certamente Tua Bondade e Misericórdia me norteiam,
Elas me seguirão por todos os meus dias aqui
E A Casa do Senhor será minha Morada sem fim!