A MORTE DA MORTE
"Ópios e mágicas também têm teu poder
De fazer dormir. E te inflas envaidecida?
Após curto sono, acorda eterno o que jaz,
E a morte já não é; morte, tu morrerás."
"Morte, não te orgulhes" (de John Donne)
Ó Morte, por que ris assim tão envaidecida
Mostrando tua arcada dentária aos vivos
Como se não chegará também teu dia
Teu aguilhão hoje está em riste
O teu golpe lancinante
desmembra corpo, alma e espírito.
— Espalha-os aos quatro cantos
Faz o corpo virar pó aos ventos
E o espírito voltar a Deus que lhe deu —
Traz um travesseiro do descanso
…mas puro engano
...só mostra a nossa realidade.
Tu és…
Aliciadora de assassinos...
Flertadora com os suicidas...
E sorvedoura de sonhos...
Por isso anda tão vaidosa
Comes, bebes e farta-te
Nos teus genocídios e hecatombes
Muito sangue cai no teu solo
Pede almas, ó Morte!
Que Satã, o Pecado e o Tempo
te jogam no colo.
Aproveitas este tempo
Pois logo em que vier
a incorruptibilidade,
junto com a imortalidade
será arrancado o aguilhão da tua mão.
Não terás mais poder e nem serás mais forte
E aquele sorriso escancarado na cara,
dará lugar ao semblante triste.
Pagando tua sentença no lago de fogo
Que será a Segunda Morte
Junto com os muitos que carregaste.
"E a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte."
Apocalipse 20:14