MORTE


Ó morte,
Das flores campestres,
Tu és a rosa negra;
Dos mares profundos,
Tu és um abismo sem fim;
Do túmulo e do espaço
Dois lugares que não conheço,
E dos que conhecem
Não podem voltar para me explicar.
Morte... contramão da vida
Morte... vômito da vida
Morte... último grão da ampulheta da vida
Morte... parada obrigatória,
De uma estrada que continua (vida)
Morte... tropeço dos viventes
Morte... que segue eu e tanta gente
Morte... divisor do pó e da alma
Morte... ladrão do tempo
Ou descanso...
De muito contratempo
Morte... laço do caçador
Morte... isca do pescador
... Ponte do que há de vir
... Off de um game
... Cortina fechada de um espetáculo
... Faixa final de uma corrida
... Rua Sem Saída
E fim de todas as vaidade
s.


 


Nota: O rei Salomão disse ser melhor ir a um velório do que um churrasco (traduzindo para nossa linguagem). Porque onde se está velando um morto, ali se vê o fim de toda vaidade e que não se leva nada. A morte traz reflexão.
Ontem foi o sepultamento de um amigo e irmão, João Paulo. Faleceu depois de envolver-se num acidente de moto com um ônibus. Rapaz jovem, 34 anos.
Faço essa homenagem (ao meu amigo) trazendo essas reflexões sobre a morte em alguns poemas.
 

-In memoriam ao campeão de Cápua
-Morte
-No corredor da morte (a vida de Marcos Archer)
-Vida
-Na Cidade da Reflexão