O CORDEIRO E O LEÃO
Com o pecado ceifando toda a criação,
Um ser inocente deu a sua própria vida para suprir
O vazio da nudez dos homens em precária situação,
Salvando-os com o seu sangue de uma triste perdição.
Ele é o cordeiro, o manso remidor que veio desconstruir
O avanço do império da morte sentenciado de ruir.
O cordeiro foi ferido por tantas torturas e vergastadas!
Mas a sua misericórdia é tão sublime que livrou
Os perdidos que ficaram cativos nas sedutoras ciladas
Das ilusões, das culpas e das aflições mais enraizadas.
A pureza do seu infinito amor expurgou
Toda maldição que num coração contrito germinou.
Enquanto o cordeiro se sacrifica pela humanidade,
É o leão da tribo de Judá o renovo do mundo
Que há de instaurar, enfim, o seu reino de liberdade
Contra todo o prodígio atroz da perversidade.
A sua luz será vista até no abismo mais profundo
E a sua glória afastará a soberba de todo ser imundo.
Diante da bravura do Deus todo poderoso,
Que para todos os olhos irá se revelar
Como um Leão cujo furor é para os ímpios tenebroso,
Todos os joelhos se dobrarão nesse dia glorioso.
E até aqueles que o crucificaram verão reverberar
O sol da justiça que jamais irá se dissipar.
Louvado seja eternamente o nosso fiel cordeiro!
Louvado seja o Leão de Judá, o corajoso libertador!
Certamente não tardará a vinda do soberano oleiro
Para erigir o seu governo eternal e ordeiro
Sobre uma cidade santa fundada no amor,
Uma nova Jerusalém adornada de toda paz e esplendor.
Louvado seja eternamente o nosso fiel remidor!
Louvado seja aquele que nos eleva do abismo
De nossas mazelas cheias de feridas, chagas e amargor!
Para sempre serás, Ó Deus das almas abatidas, o fulgor
Que afugenta as sombras de toda forma de derrotismo
Capaz de empurrá-las à desesperança do niilismo.