O MILAGRE DO PRETINHO
Há cinquenta anos atrás aquela família chorava
Uma criança acometida de uma doença cruel
Enquanto crescia seu pequeno corpo deformava
Tinha no irmão gêmeo o seu amigo mais fiel
Sua mãe sofria vendo todo o seu sofrimento
Aquela casinha de barro sem nenhum conforto
Não tinha o que fazer restava apenas o lamento
Era como um navio à procura de um porto
Seu irmão Corcino foi para a grande cidade
Era um menino à procura de dias melhores
Ficou muito triste ao saber da enfermidade
Do irmão Walmir que passa por dias piores
Mas Deus tinha um plano para aquela criança
O seu sofrimento tinha hora certa para acabar
O irmão Corcino era o portador da esperança
Aquela família sofrida logo voltaria a se alegrar
O irmão Corcino viaja de volta a sua terra natal
Encontra o irmãozinho enrolado numa esteira
Ao vê-lo assim nesse estado ele fica muito mal
Levou a Palavra de Deus para a família inteira
Ele prepara a mãe para participar duma oração
A fé de Corcino e daquela genitora era tanta
Pediram fervorosamente pela cura e libertação
Mas ao término da oração o menino não levanta
Corcino, Deus não ouviu os pedidos meus e os seus?
Indagou a sua mãe ansiosa pelo bom resultado
Disse: mãe, temos que esperar o tempo de Deus
Que no momento certo o seu filho será curado
Após a oração Corcino vai em direção à rodoviária
Se despede da família e pede para manterem a fé
Ao entrarem em casa veem a cena extraordinária
Presenciam o menino Walmir andando e de pé
A alegria volta ao lar que outrora era muito triste
Pulavam, cantavam e todos diziam: Deus é bom!
Até mesmo o pai descrente declarava: Deus existe
E ali a família reunida gritava em alto e bom som
A mãe enviou ao Corcino um breve telegrama
Ele chega primeiro e ao abri-lo se surpreende
Dizia: o Walmir foi curado por Deus que você ama!
À todo aquele que é fiel, a sua oração Ele atende
JOSÉ CARLOS GUETA O POETA DO ABC
Membro honorário da ACALA
Academia Arapiraquense de Letras e Artes-2018