CHORO DE JERUSALÉM
(Lamentações 1:18)
Como está sentada, solitária,
A cidade que era tão populosa!
Tornou-se como viúva, desprezada
A que era como princesa, formosa.
Chora amargamente de noite
E as lágrimas lhe correm pela face
Dos amantes e amigos que tinha
Só lhe restam inimigos, na verdade.
Todo o seu povo anda gemendo
Buscando pão, ó Deus, ouça!
Dão o que têm de mais valor por mantimentos
Para que possam retomar assim sua forças.
Não vos comove isto a todos vós
Que passam e me vês pelo caminho?
Vejam se acaso há dor igual! Há dor?
Há dor igual a que estou sentindo?
O Senhor lançou contra mim sua ira
Eu, Jerusalém, ardo em puro fogo
Deus fez-me recuar e desfalecida
Ele me tornou, assim, o dia todo.
E por essas coisas vou chorando
Os meus olhos se desfazem em água
Não há quem me console e me dê ânimo
Os meus inimigos não secarão minhas lágrimas!
Mas Justo é o Senhor em me desprezar
Pois me rebelei contra seus mandamentos
E assim eu peço, que vejam meu pesar
Não há mais quem acabe com meu sofrimento.