Pobre alma

HO!Pobre alma onde estais agora?

Será que te atormentam,

Ou estas descansando agora?

Quando penso, na maldade em teus escuros pensamentos,

Recuso-me a acreditar que não existia fragilidade, bondade e contento.

Conheci-te quando ainda era um menino, ainda ouço teu riso ecoando no passado longínquo.

Daí então, senti compaixão daquela criança sem sonho, sem amor, e com tanta dor.

Só eu vi tua alma da infância que se foi tão depressa.

Pobre alma tantos te odeiam, e todos têm razão, o mal que fizestes nessa terra não tem perdão.

Nada justifica tal crueldade, porém tu tens uma alma, feita da mesma matéria que eu, feito do mesmo Deus que é meu.

Queria ter feito algo por ti pobre alma, mas eu também não tinha amor, hoje tenho e queria te mostrar isso, só que é tarde, agora seja como for.

Espero que esse amor tenha te alcançado nos últimos segundos da tua dor.

Condenem-me como fizeram a ti sem ouvir, sem saber, sem querer, ver o que há além de ti.

Faltou-te amor, por isso não sabias amar, te faltou compaixão, por isso não podia se apaixonar.

O mundo te fez demônio, por que não quis te amar.

E agora é bem mais fácil te odiar, e arrancam de suas costas a responsabilidade do amar.

Já não posso rogar pela tua alma, só me resta lamentar, não sei se o amor que me envolve te alcançou.

Mas quem dera, quem dera.

Se não havia nada de bom em ti, agora tens o que escrevi.

HO!Pobre alma onde estais agora?

Será que te atormentam,

Ou estas descansando agora?

MidiCouto
Enviado por MidiCouto em 23/08/2016
Reeditado em 01/04/2020
Código do texto: T5737218
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