“JESUS CRISTO”
Do alto da montanha você me olha
Entre lágrimas sangue e dor.
-Como podes ser tão forte e digno
Em posição tão humilhante?
-Como podes amar tanto,
Quem de igual modo te odeia?
Teus olhos me desnudam,
E jogam por terra
Todos os meus princípios.
É paradoxal este momento,
É incoerente este instante.
Manietado nesta tosca árvore,
Esta bizarra comédia humana
Reduz-te a um reles igual.
-Eu queria poder olhar para cima,
E te dizer que não faço parte disto,
Queria poder dizer-te que estou aí também, amigo.
Ao ver seu coração quebrado,
Minha vida parte-se ao meio;
Uma quer te amar e morrer contigo,
A outra diz: não tenho nada com isto.
Como um boneco inerte,
Um espantalho mudo, imundo,
O mundo te oprime, e
Todas as angústias dele estão sobre você, carpinteiro.
Como suportas esta carga maldita?
Abro as comportas d´alma
E te inquiro num grito.
Ah! Este inexplicável amor,
Que brota do princípio do universo, e
Que vem de antes da formação dos sentimentos;
Que moldou sua personalidade e te deu vida.
Teus olhos fitos em mim,
Dizem-me mais do que posso entender,
E neste momento único,
Juro-te amor eterno.
Como me dói o coração,
Saber que faço parte desta turba ensandecida,
Que a ti relegou destino tão cruel.
Por favor! Dê-me uma outra vez,
Para que eu possa me redimir,
Tentar fazer por você,
O que fizestes por mim.
To you Jesus Cristo with all my love
Paulo Peter Poeta
Junho / 2016