Estação indiferença
Meus crisântemos espocam fogos de artifício,
Digo, a mais pura arte da mão do Altíssimo;
Quiçá, de um anjo que incumbido do ofício,
Desincumbiu-se criativo, de modo belíssimo;
Noutras palavras, minhas flores vêm à luz...
As flores, sabemos, transam bem com alegria,
E amenizam os ambientes que grassa tristeza;
as excelsas cores em consórcio co’a luz do dia,
saem exibindo a perfeita harmonia da natureza,
no “big bang” explosão, do vasto amor de Jesus...
A mão de Deus exaltada, mas, há tantos cegos,
quantos, que muito supera, aos dias de Jesus;
quiçá, com medo do labor de martelo e pregos,
rogam por esmolas temendo a dádiva da luz,
ainda que o Mestre diga: Que queres que eu faça?
Mas, esse direito de escolha lhes soa mui pesado,
Quiçá apenas o Salvador decidisse tudo sozinho;
Aí de qualquer sorte ninguém seria o culpado,
Mas, o Santo não faz atalhos, mostra o caminho,
Todavia, os particulares rumos cada um traça...
É duro mesmo escolher, mas, preciosa a liberdade
Que diga aquele que em dado momento a perdeu;
Até trocaria dois dias por um, a bem da verdade,
Se o um fosse livre, e os dois no meio do breu,
Estaria trocando por um céu, seu escuro inferno...
A natureza ademais, figura ao ser sobrenatural,
que fala e vive de amor, apenas, ser amado espera;
em mostra disso sofreu de um modo sem igual,
mas, hoje, sua saga é como anunciar à primavera,
para uma geração que gosta bem mais do inverno...