ONDE ESTÁS ADÃO?

Onde estás, Adão?

Escodi-me por estar nu.

Por que então,

Como sabes tu?

Tua voz ouvi

Soar no jardim;

Refugiei-me,

Pois eu temi.

Acaso do fruto comeste,

Da árvore que te proibi?

A mulher que tu me deste

Me deu, e eu comi.

Mulher, que fizeste?

A serpente me enganou.

Deus não inquiriu a este,

Mas suas sentenças lavrou!

Porquanto do fruto comeste,

O qual eu te proibi,

Por isso também morreste;

Milênio não haverá para ti.

Com suor lavrarás a terra,

A qual torna-se maldita.

Conceberás com dores, Eva;

E teu desejo é para teu marido.

Serpente, rastejarás

E comerás pó todos os dias;

A mulher a cabeça te ferirá,

E tu lhe ferirás o tendão de Aquiles.

Adão, comerás erva,

Que era dos animais;

Tu lavrarás a terra,

Que força não dará mais.

E, assim, tudo começou,

Pelo pecado de um homem.

Agora reina a dor,

E a terra se consome.