-A cruz e a Poesia
Mataram-na numa cruz de braços
abertos e versos avessos.
Antes,porém, a poesia sorria
todos os dias pras ruas de Jerusalém.
Exceto,dias marcados na história
que seus versos foram em lágrimas:
"Jerusalém,Jerusalém que matas
os profetas e apedrejas os que te
são enviados! Quantas vezes quis eu
ajuntar os teus filhos,como a
galinha ajunta os seus pintos debaixo
das asas e tu não quisestes!"
Ah! Poesia! chocava de tristeza e
cada passo que dava esta realeza,
dava um passo a mais pr'a cruz!
Porém,pr'a crucificação dava,sim...
Mas com gozo na alma de fazer
à vontade do escritor.
essa poesia transformou vidas
sarou feridas
deu presentes de alegrias
rimou perdão e salvação
amou o povo de montão
com zelo e ensino todos os dias!
Em troca disto veio à multidão
e disse: "crucifica-a! crucifica-a!"
E a Poesia foi crucificada dizendo:
"Sorria! Tu estás sendo abraçado!"
A cruz fez à Poesia abraçar
o mundo inteiro com seus
versos de amor.Por isso,amar
esta poesia,eu vou,todos os dias.
Porque,ela mim amou primeiro.