O TEATRO CELESTIAL
No castelo em que habito
Não há muralhas intransponíveis
Não existe ponte levadiça
Não há portões de ferro forjado,
Pois o Onipotente a guarda dia e noite
Não há um trono na sala Real
Pois o Rei é o Senhor
E o Céu é seu trono
Mas, logo a baixo,
Foi construído um palco
E os anjos são os espectadores assíduos
No salão principal não há tochas incandescentes
para que o lugar seja iluminado,
Pois no céu, milhões de estrelas brilham em harmonia
Como uma orquestra, regida pelo maestro Luar;
Que por muitas noites surge como um grande holofote de prata
Refletindo sua branda luz,
Iluminando a face dos que o contempla
Sempre que um membro deste Reino
declara submissão e devoção ao seu Rei e Criador,
Através do Batismo por imersão
Cortinas se abrem em um novo espetáculo,
Os personagens dançam a infindável dança da vida,
E os anjos se levanta com palmas nas mãos e,
De emoção, se abraçam, em comemoração
Neste Reino não existe diferença entre os súditos
Pois todos são príncipes eleitos;
E na presença do Rei, todos se calam,
Não por medo, mas por que almejam a Sua presença,
como terra seca precisa de água
E de joelhos, O adoram com alegria
Pois o som de Sua voz é como caudalosas torrentes
De Fonte inesgotável de águas viva.