Sei que me ouvias

Sei que me ouvias

Nesta existência já me viste

Por vezes alegre outras triste.

E sempre que me confessava

Era por amor que me ajudavas

Quando sem te ver, me ouvias.

Quando por teimosia insistia,

Nessa altura sei que sofrias.

Mesmo assim me confortavas

E como amigo me serenavas.

E só imagino como te sentias.

Na dor tinha de prosseguir

E já cansado tinha de dormir.

Pressentia que estavas a vigiar

Para não me poderem acordar

Sei que, só por amor, tal fazias.

Por meu filho Te implorei

E muitas lágrimas derramei,

Rogando ajuda e clemência

Para alívio da sua penitência.

Porque sei que me ouvias

Grande era a minha aflição

Se não rogasse teu perdão

Por seus erros e pecados.

Sou feliz por teres escutado

E tua misericórdia acontecia.

Hoje grato por tanta caridade

Confesso com toda humildade

Só poder retribuir com amor.

Tudo que me fizeste sem favor

Quando em prece me ouvias.

Faro, 12 Julho 2014

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Gualberto Marques
Enviado por Gualberto Marques em 12/07/2014
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