ILUSÕES

Passam-se os anos

E os meus desenganos

Com eles se vão.

O homem se engana

Sonhando alcançar

Riqueza humana

E a glória falaz.

Por que neste mundo

Há tanta ilusão

E tanta esperança

Em coisas fugidias

Tal qual a fumaça

Que se evola no ar,

Tal qual fogo-fátuo

Ao longo da estrada

Da amarga existência?

Por que neste mundo

Os homens se iludem

Querendo fazer belos castelos

Tal qual a criança

Na areia do mar?

Castelos de areia

Fugaz esperança

São sonhos de ouro

São sonhos falazes

Que nos alimentam

Nos fazem viver

No mundo ilusório.

Nos fazem felizes

O peito ardente

A alma sedenta

De coisas quiçá

São só utopias

Que fazem da gente

Seus servos fiéis.

Diante das crises

Do mundo atual

Em que o dinheiro

Não tem mais valor

Eu vivo sonhando

Eu vivo falando

Em ter só para mim

Um grande império.

Eu vivo sonhando

Em ter algum dia

As coisas que eu tanto

Na vida almejei.

Eu vivo sonhando

E como desejo

Dar algo melhor

À minha família

E aos demais parentes!

Mas como? Não posso!

E então eu padeço

E sofro lá dentro

Do meu coração!

Eu vivo em crise

Porque não consigo

Aquilo que quero

Aquilo que eu sonho.

Oh! Mundo difícil

Oh! Mundo medonho

Onde muitos têm pouco

Onde poucos têm muito!

Não é injustiça

O que acontece

No mundo atual?

Eu fico em crise

Olhando abismado

P’ra gente tão pobre

Passando até fome

Enquanto abastados

Em ricos palácios

Estão deputados

E nédios senhores.

Não vivem inquietos

Com o preço da carne

E nem se incomodam

Com a alta do gás.

E se a gasolina

Aumenta o valor

Não se preocupam.

P’ra eles é simples

E muito banal.

Aqueles que vivem

De parcos salários

Há muito não sabem

O gosto da carne

E a muito não sorvem

Uns goles de leite

Para lhes dar sustância

Saúde e vigor.

Se alguma doença

Lhes vem assaltar

Levam meses infindos

A fim de pagar

A conta tão grande

Na farmácia da esquina.

Ou então se não podem

O remédio obter

Acontece um milagre

Ficando curados

Ou a morte lhes vem.

Mas, paro a pensar

E então reconheço

Que a grande riqueza

Que as coisas tão belas

Que tanto precisam

Não há neste mundo

Há muito carente

E assaz infecundo.

O dinheiro, a riqueza

São coisas que passam

São coisas fazias

Num mundo ilusório.

Há uma riqueza

Que muitos não têm

Riqueza profunda

Riqueza fecunda

Não existe igual.

Que riqueza é esta

Tão pura e eternal

Melhor que o dinheiro

E os ricos palácios

Em que os nababos

Vivem só a gozar?

É Cristo na vida

No âmago do coração.

É luz que ilumina

A senda tão turva

É o norte que mostra

A estrada a seguir.

Por que tanta gente

Se esquece de Cristo?

Por que ninguém sente

Que deve ter fé

Naquele que salva

Naquele que veio

Buscar o perdido?

Eu vejo este mundo

Tão pobre de Deus

Porque desconhece

O Seu grande amor.

O homem se esquece

Que um dia o Senhor

Olhando do céu

Notou a carência

Do homem que estava

Alheio ao bem

E não procurava

A Sua justiça.

Notou que o homem

Se fez tão inútil

E sob o pecado

Se deixou conduzir.

Foi este Deus justo

Que um dia enviou

Jesus, o Seu Cristo

Seu filho bendito

A fim de morrer

Na cruz p’ra salvar

O homem perdido

O homem caído

No insano pecado

No mundo, vencido.

Assim acredito

Que um dia feliz

O homem há de ser.

Então, tudo aquilo

Que tanto almejou

Terá triplicado

Num mundo melhor.

As tristes agruras

Cruéis desenganos

Nos quais já passou

Lá não mais terá.

A infausta desdita

De não alcançar

Seus sonhos dourados

Lá não mais terá.

Porém, venturosa

Coberta de rosas

Será sua vida

Agora bendita

Pois Cristo será

Sua aurora, seu norte

SEU REI E SEU SOL!!!

David Mattos
Enviado por David Mattos em 06/03/2014
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