INTROSPECÇÃO
Vivo solitário neste mundo,
Um alguém de vida trivial
Às vezes até vazia, tediosa.
Este sou eu, um ser ignoto
Complexo em minha personalidade
Nem sempre compreendido
Pelas pessoas que me rodeiam.
Vivo a procurar respostas
Para tantas e tantas indagações
Que me povoam a mente,
E quase sempre me deixam atônito.
As respostas que às vezes obtenho
Nem sempre me satisfazem,
Ou dão-me conforto ao coração.
Vivo em constante perplexidade
Ante a inúmeras indecisões
Que me assaltam, me atordoam
O cérebro perturbado, confuso
Por tantas perguntas lógicas e ilógicas.
Vejo em meu pensamento
O TUDO e ao mesmo tempo o NADA
Enleando-me o raciocínio.
Vejo os homens, os animais, as florestas
Mas, logo depois só vejo o CAOS,
A não-existência no cosmo
De seres humanos caminhando,
Pássaros gorjeando e se esvoaçando pelos céus,
Oceanos, mares e rios,
E a vegetação verde e agreste
Que embelezam a esfuziante natureza.
Vejo-me na minha quase inteligência
Divagando entre cálculos matemáticos
E arrazoados metafísicos
Sem obter nenhum resultado satisfatório.
Vejo-me empregando palavras
Incompatíveis, informes e inversas
Sem a coerência própria
Do fraseado conexo que todos usam.
As idéias se amontoam desconexas
Em meu intelecto quase brilhante
E só aos poucos elas se harmonizam,
Vão acontecendo com coerência.
Vivo num mundo entenebrecido
Pela falta de amor e benevolência;
Pelo desconhecimento total de compreensão
E a ação contínua da violência.
O veneno mortífero do ódio
E a infausta desdita do desamor
Fazem parte do viver cotidiano
Do ser humano aqui na terra.
Procuro, então, luzes que norteiem
As pessoas neste mundo turbulento
Mas, as que encontro têm brilho fosco
Que não conseguem iluminar,
São medíocres e impotentes
Quase imperceptíveis e sem cor
Que nem se consegue vislumbrar.
Ao longo do meu viver incerto
Procuro uma vereda que me encaminhe
Ao verdadeiro norte, um guia certo
Para eu ver, com nitidez
A multiplicidade de matizes
Que possam me colorir a vivência.
Preciso de uma luz que brilhe
Com bastante intensidade,
Para iluminar-me neste caminho
E me leve a toda a verdade
Em meio a tantas mentiras.
Eu sou um homem, eu sei.
Isto está consciente em mim,
Na minha natureza, no meu ego...
Mas, quem sou eu, e por que existo?
Existo porque meu coração pulsa
Dentro do meu peito robusto,
Ou porque sinto o sangue correr
Em minhas veias espalhadas pelo corpo,
Essência vital para minha existência?
Sou diferente, sou excêntrico
Uma pessoa de idéias controvertidas
Que vive entre homens e mulheres
Que nem sempre conseguem saber
O que querem, ou o que dizem.
Procuro no invisível da Divindade eterna
As soluções para as minhas dúvidas
Que me atormentam e me deixam desvairado,
Dúvidas que me pululam na mente
Em questões intermináveis e irrespondíveis.
Essa Divindade eterna, o Deus criador
Às vezes longínquo, outras vezes bem perto
Sussurra-nos palavras incompreensíveis
Sobre sua vontade para cada um de nós
E o Seu desejo para que O conheçamos
E entendamos a complexidade de tudo que faz.
Suas palavras ao coração humano são obscuras
Devido às muitas iniquidades
Que infestam a mente do homem,
Dado a tantas ocupações terrenas
Que o ocupam o tempo todo.
Um tempinho só para o Senhor
Na vida do homem que foi criado
Somente para o Criador
É muito difícil, quase impossível.
Quisera compreendê-lo melhor
Insistir numa incontrolável busca
Para saber tudo, ou quase tudo sobre Ele,
Sobre sua vontade, às vezes confusa
Que nem sempre consigo compreender.
Quisera visitar o infinito,
Conhecer outras galáxias que existem
Além, muito além do nosso mundo
No infinito espaço cósmico,
E desta forma, indo a essa amplidão insondável
Posso, talvez, entendê-lo melhor
Vendo todos esses assombros.
Entretanto, só poderei conhecê-lo talvez
Se me aprofundar dentro do meu ser
E vir as maravilhas escondidas
No corpo extraordinário que possuo
Anatômica e belamente formado
Dentro de mim, no meu cérebro,
Onde se instala o meu intelecto
E se registra a minha perspicácia mental
Através de milhões de neurônios
Aguçando a minha inteligência.
Posso conhecê-lo melhor ainda
Se penetrar no mais profundo oceano
Encontrando maravilhosas perfeições
Que embelezam o abismo oceânico.
É esse Deus admirável e poderoso
Que, com pequeno e potente gesto
Deu início a tudo em nosso cosmo
Tendo princípio a história do mundo inteiro.
Conhecê-lo é o que mais desejo
Como ser finito que sou,
Como sua imagem e semelhança
Que subsiste neste vale sombrio
Entre tantas dores e desesperança.
Mas, como conhecê-lo, como entendê-lo
Pois não posso sequer ver-lhe a glória
Ainda aqui neste mundo?
Como poderei saber quem Ele é
E como surgiu no universo?
Mas a Bíblia diz que Ele é eterno,
Não teve princípio e nunca terá fim.
Sou pequeno, sou insignificante
Diante de sua majestosa grandeza
Para alcançar essa proeza...
Quisera, entretanto, o privilégio
Como o de seu servo Moisés
Que pôde, pelo menos, vê-lo pelas costas!
Porém, as Escrituras me ensinam
Como conhecê-lo e entendê-lo,
E saber por que existo nesta terra
De tantas angústias e tribulações,
E quem sou eu, débil criatura
Que um dia entre os homens nasceu.
A Bíblia nos fala sobre alguém
Que viveu entre nós há muito tempo,
O Seu Filho amado que também
Ofereceu-se por nós todos, morrendo
Para nos abrir as portas do paraíso.
Ele pode me mostrar quem é Deus
E o quanto faz pela humanidade.
Em Seu Filho Ele se mostra presente
E como nos ama de verdade.
O Senhor Jesus se tornou existente
Entre nós, impenitentes pecadores
Mostrando-nos a prática do amor
Nos corações dos homens sofredores.
As trevas com Ele se tornam em luz
E o ódio entre as pessoas se desfaz.
Então, conhecemos Deus através de Jesus
E posso, assim, entendê-lo bem mais
Podendo viver sem tanta perplexidade
Neste mundo de tantos atropelos.
Tudo, afinal, em Jesus se esclarece
E se descobre todo o grande mistério
Que envolve o admirável EU SOU!