Abraça-me!

Enquanto o dia desponta e a lua se esconde no horizonte,

Eu clamo por socorro, sinto falta do brilho intenso da sua luz,

Abraça-me oh Pai! E leva-me a sombra da cruz...

Distantes estão os caminhos que me levam de volta a ti,

Vi as fases da lua transformá-la em cada noite solitária,

Li Moisés contar das dez pragas no Egito a bela história.

Nos versos de um poema busquei o balsamo do amor perene,

Caminhei no deserto a procura de uma nuvem por sobrecéu

Avistei com olhos do entristecer, a terra que mana leite e mel.

Na página em branco rabisco tantas palavras sem definição,

Queria escrever um salmo inspirado em louvor ao altíssimo,

Tocar a harpa, repelir a dor, elevar-me num canto novíssimo.

Muito andei em vão a procura de um verdadeiro sentido.

Busquei as respostas nos conselhos do sábio Salomão,

Nas tábuas da lei, os dez mandamentos, alguma direção.

Fez-se confusa a letra da melodia que seu nome exalta,

Canta Moisés: “As águas congelaram-se no coração do mar”

Na obstinação o salmista convida, a Deus louvores entoar.

Senhor! Tu que me visitas desde o ventre, ouve-me, por favor,

Desvia o rosto dos pecados meus, apaga minha transgressão,

Cura minhas feridas, restitui-me a alegria da eterna salvação.

Lagrimas de contrição lava meu rosto, aceita minha adoração,

A escuridão não pode impedir a oração leal de chegar ao céu,

Eu clamo por socorro, não delongue em rasgar do mal o véu.

Pertenço somente a ti Jesus! Sinto amor em seu olhar paterno,

Desejo estar em sua presença, desfrutar o brilho da suave luz.

Abraça-me oh pai! Abraça-me! E leva-me a sombra da cruz.

Abraça-me!

Luzia Ditzz,

Campinas, 17 de fevereiro de 2014.