VILANCETE

MOTE:(Sophia de Melo Breyner Andresen,em "A veste dos Fariseus)

“Nem uma nódoa se via

Na veste dos Fariseus”

SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO

lisieux

VOLTAS:

Era uma sexta-feira

como a de hoje, porém,

do caminho, ali, à beira,

Jesus foi feito refém

e, condenado, sofria

por ser o Rei dos judeus...

"nem uma nódoa se via,

na veste dos fariseus".

Por Herodes foi julgado,

Pilatos lavou as mãos

e Ele não foi perdoado

pelos seus próprios irmãos

- “Crucificai-O!”, dizia,

a multidão dos hebreus...

"nem uma nódoa se via,

na veste dos fariseus".

Sobre si, Ele tomou

o peso daquela Cruz

Sua morte nos salvou

levou às trevas, a luz.

Pela longa romaria,

sangraram os membros Seus...

"nem uma nódoa se via

na veste dos fariseus".

Ele foi cruficicado

e assim mesmo perdoou

por ter sido condenado

por aqueles que Ele amou.

As roupas que Ele vestia

foram ganhas por plebeus...

"nem uma nódoa se via

na veste dos fariseus".

E hoje temos salvação

pelo Seu sangue vertido

Já não há condenação

pelo suplício sofrido.

Mas nós, irmãos, iludidos,

pensamos que somos Deus...

Não há nódoa nos vestidos

dos modernos fariseus.

lisieux - BH

sexta-feira da Paixão - 06.04.07

OBS.: Obs. O Vilancete é uma composição comum da Península Ibérica, no período da Renascença, composta de um mote de dois ou três versos e de "voltas" ou glosas, em que o mote se repete, total ou parcialmente, geralmente ao final das estrofes de 8 versos de 7 ou 5 sílabas (redondilhas, no caso, maiores - 7 sílabas).

lisieux
Enviado por lisieux em 08/04/2007
Código do texto: T441677