APENAS CRER

APENAS CRER

Eu creio em Deus

por ele ter soprado minha face

e me vi cair sem porque,

por ter visto as folhas verdes

no chão bruto do monte

brilhar como ouro de orfir.

e o capim seco se transformar

em candeia iluminando a trilha escura

e minha fé contagiar o amigo intimo

contemplando ele também o luzir

das folhas na sua incredulidade

Eu creio em Deus

não por que tantas vozes

declararem sua existência,

mas por ter apenas ouvido

um gemido seu de dor dizendo me

te amo.

Eu creio em Deus

porque ao termino deste poema

algo me inunda de um gozo

profundo e límpido,

que minha língua de homem

se transforma na de Anjos e diz;

Icanda balai soia balo,

eu creio em Deus.