Ai da felicidade do mundo

O sol abundante

deixara a alma

radiante e plena mas,

o dia é novo como

novas são todas as

coisas, refeitas.

A novidade neblina e

faz a cidade ainda

mais urbe.

Na calmaria coube

as antenas, as avenidas

e o coletivo.

Ai da felicidade

do mundo - uma e duas

vezes: pelo temor à diversidade

e caducidade da alegria.

Adversidade, desejo e ânsia:

que meio termo, que onda,

que vida humana

não é tragada pela

infelicidade de não ser?

Emana o inverno seus vapores,

unifica todo ritmo, todo ente

e propõe errático meu vagar

sob a condição do silêncio.

Satisfeita a’lma -

embeiçado o coração,

enamorada ela: mesma

sujeição à ambos eleva -

salmodia

***

(*) EMBEIÇAR: prender por amor ou sujeição dos sentidos.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 03/06/2013
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