CANÇÃO DA MANHÃ INTERIOR
Bem aventurados sejam esses ares renovados
Que cantam com os montes elevados, que dançam junto com a revoada
Que sobem desde a pradaria esverdeada, que movem mares azulados
Levando minhas dores e pecados, findando minha noite angustiada!
Meu coração que certa feita anoiteceu, agora é dia radiante
Livrou-se da penumbra e percorre o horizonte que há no sol da justiça
Trocou a sórdida cobiça pela simplicidade da paz que o leva avante
Achou o brilho singular de um diamante na deslumbrante aurora noviça!
Que foi-se e já vai longe a fracassada noite da suposta vida
Que agora a Rosa de Sarom é quem convida e eu sigo o Lírio dos Vales
Para dançar nos bailes da felicidade sem despedida
E atravessar em direção à única saída - aquém das lágrimas e males!
Haja sobre mim por toda eternidade o fruto do renascimento
Que vá além do rito e sacramento, que dê-me a salvação como irmã
Eu digo adeus a toda noite vã e nunca mais ao velho ornamento
E agora canto igual ao mar e o vento: louvando a Estrela da Manhã!
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"Agora pois, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo." (II Coríntios 5:17)
Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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