AMOR IMPOSSÍVEL

Ah, os amores impossíveis,

os olhares sedentos,

as palavras famintas ainda de serem ditas

nos silêncios gritantes do coração.

Ah, os amores impossíveis,

quanto pode um coração apertado querer?

Um rompante lúdico, menos

lúcido que os instantes

em que você passa e nem percebe.

Os amores impossíveis são tão nossos,

e o impossível não sabe e nem quer saber

ou sabe e finge que não, inflamando

teu coração mergulhado

na esperança de querer.

Amores assim impossíveis

são o sonho de nossos pesadelos

cotidianos, o riso de nossa

desgraça íntima, e gemem de prazer.

Ainda ontem você passou e nem

lembrou da dor de quem quer, do

prazer de imaginar teus abraços.

Impossíveis, certos amores

se completam ao findar dentro do peito,

na completude da perfeição,

nas compensações intocáveis, naquilo

que não se exprime, no tantinho assim

de riso, assim de contentamento,

de decepção, de ser injustiçado.

Ah, os amores impossíveis!

Rasgando fundo seu coração.

Ah, impossíveis amores!

Tantos foram, tantos virão.

Uarlen Becker
Enviado por Uarlen Becker em 28/02/2013
Código do texto: T4164792
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